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Há muitos anos que te escrevo

Há muitos anos que te escrevo. Em todas as cartas eu digo que é a última, mas essa última carta nunca chega. Por mais que não queira, acabo sempre por ter algo para te dizer, acabo sempre por sentir a mesma necessidade de te falar.

Não porque tenha segundas intenções, sei que me esqueceste e isso ficou bem claro desde a última vez que conversámos. Não porque sinta propriamente a tua falta, mas sim porque há dúvidas que insistem em persistir na minha cabeça.

Espero que saibas que todos os dias penso em ti e na forma desnecessária em como nos deixámos de falar. Espero que saibas que sei melhor que ninguém que inicialmente foi culpa minha, mas acabou por se tornar culpa tua, uma decisão tua. E, também, espero que saibas que no dia em que precisares, eu vou cá estar para ti. Por mais difícil que seja, por mais complicações que isso depois me traga, eu não te vou deixar sozinho, como tu me decidiste deixar sozinha. Não vou ser como todos aqueles que te abandonaram e te deixaram entregue à mercê da vida.

Um dia vais perceber a importância das minhas palavras e o porquê de eu ter insistido durante tanto tempo nelas. Pelo menos, eu assim o espero.

Gostava tanto de perceber o porquê, de perceber como tudo chegou a este ponto, mas por mais que tente, não consigo. Dou voltas e mais voltas à minha cabeça, paro para pensar e ainda assim é-me mesmo muito difícil compreender o porquê de simplesmente eu ter desaparecido. Depois de tudo o que passámos, vivemos e lutámos.

É como se tudo tivesse sido uma mentira, como se os últimos anos da minha vida não tivessem se quer existido, mas a verdade é que existiram e eu apercebo-me disso cada vez que revejo a pessoa que foste comigo.

Mas do que é que tudo isso serve se nem és capaz de me perguntar se estou bem? Do que é que tudo isso serve se nem sentes a minha falta? Se nem sentes falta das minhas palavras ou de um simples sorriso meu? Do que é que tudo isso serve se me esqueceste mais rapidamente que o nascer do sol?

Sei que agora não adianta de nada dizer-to, mas eu voltei a confiar em ti. A imaginar-me contigo e a concretizar todos aqueles planos que chegámos a idealizar juntos. Foi doloroso quando me apercebi que, mais uma vez, como sempre tinha acontecido, eu tinha ficado para trás.

Ainda me pergunto porque é que te escrevo, é mais que óbvio que tudo te parece melhor sem mim, apenas senti esta necessidade e pensei muito se o haveria de fazer ou não, mas adivinha. Não cheguei a conclusão nenhuma e, ainda assim, decidi arriscar. Talvez tenha sido por ter saudades da altura em que passávamos horas a falar e qualquer segundo a menos parecia uma eternidade, talvez tenha sido por ainda me custar ver-te errar ou unicamente por querer saber se estás bem. Não sei. Há tantas perguntas para as quais não tenho resposta e isto torna-se angustiante.

Hoje, só queria ter a oportunidade de te perguntar: "Como estás?". Ao fim de tantos anos era essa a única pergunta que esperava vinda de ti. Era essa a única preocupação que esperava que tivesses comigo. Mas mesmo que não a tenhas tido, não faz mal. Há coisas que não podemos mudar mesmo com a maior vontade do mundo. Há coisas que são simplesmente como são, porque a vida assim o decidiu e eu estou a aprender a conformar-me com isso. Hoje, espero que estejas bem e que não te arrependas de me ter deixado para trás.

Olá pessoal! Espero muito que tenham gostado! Hoje decidi arriscar e criar algo diferente. Gostava muito que me dessem o vosso feedback. Um grande beijinho,


A Mafalda

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